Cultura e Entretenimento

O Muro de Berlim e os dois lados de uma mesma nação

Para entender a divisão do território, é preciso voltar no tempo, mais precisamente até o final da Segunda Guerra Mundial 1945

Símbolo maior da Guerra Fria, O Muro de Berlim (do alemão Berliner Mauerweg) foi construído em 1961 e dividiu por 28 anos a Alemanha em dois blocos: a República Democrática da Alemanha - que seguia o regime socialista liderado pela União Soviética - e a República Federal da Alemanha conduzida sob o regime capitalista. Depois da derrocada dos regimes socialistas, ele foi derrubado em 9 de novembro de 1989.

Porém, para entender a divisão do território, é preciso voltar no tempo, mais precisamente até o final da Segunda Guerra Mundial (1945), quando o país foi dividido pela Conferência de Potsdam em quatro zonas comandadas por soviéticos, franceses, britânicos e norte-americanos, vencedores da guerra. Apagar as marcas do nazismo e empreender um processo de reconstrução era o objetivo maior desses países aliados.

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Contudo, a chegada dos recursos do Plano Marshall em 1947 - concebido pelo general George Marshall, então secretário de Estado dos EUA, para ajudar na reconstrução da Europa devastada pela guerra- fez com que a União Soviética se recusasse a participar do programa de recuperação, temendo que os dólares pudessem colocar em risco a hegemonia de Moscou no leste.

O então líder da União Soviética, Josef Stálin, reagiu à reforma monetária e à implantação da nova moeda na Alemanha, o marco alemão, ordenando o bloqueio do setor ocidental de Berlim, que estava controlado pelos defensores do capitalismo. Convencido de que a interdição do acesso a Berlim ocidental forçaria a rendição das forças de ocupação, Stálin foi surpreendido por uma resistência, que conseguiu abastecer durante 11 meses a área bloqueada.

Com a suspensão do cerco de Stálin em maio de 1949 de forma diplomática, surgiram a República Federal da Alemanha e a República Democrática Alemã, consolidando a divisão do país. O Muro de Berlim ocidental se transformou num enclave capitalista em território inimigo. Vitrine privilegiada da economia ocidental, atraiu centenas de cidadãos orientais que arriscavam a vida para alcançar o outro lado. Decididos a conter o fluxo de refugiados, os comunistas começaram a erguer o Muro de Berlim em 13 de agosto de 1961.

Só podemos compreender a existência do Muro de Berlim dentro do contexto da Guerra Fria (1945-1991). Esta foi uma disputa geopolítica iniciada ao fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) entre Estados Unidos da América (liderando o bloco capitalista) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (à frente do bloco socialista).

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os principais vencedores – Inglaterra, Estados Unidos, França e União Soviética – ocuparam a Alemanha derrotada.

Os três primeiros países possuíam o mesmo alinhamento político-econômico, ou seja, o capitalismo. Assim, criaram a zona “tripartida”, algo que não agradou a Stalin, pois deixava ameaçado o território ocupado pela URSS.

Em 1948, Stalin decreta o “Bloqueio de Berlim”, um cerco “pacífico” que impedia a chegada de suprimentos à Alemanha, pela terra e pelos rios.

A resposta dos Estados Unidos e da Inglaterra foram utilizar aviões para garantir o abastecimento da cidade e o transporte de pessoas.

Berlim e o Muro
Se a Alemanha sofreu como um todo com esta divisão, para a cidade Berlim foi pior. A antiga capital estava em pleno território ocupado pelos soviéticos e foi cortada – literalmente – em dois.

As fugas da porção oriental para a ocidental eram corriqueiras antes de 1960. Cerca de 2 mil pessoas evadiam-na diariamente, tendo em vista as melhores condições de vida no lado capitalista.

O muro era formado por duas barreiras de concreto de 2,40m, cercas de arame farpado com armadilhas e torres de guarda. O muro separou amigos, famílias e uma nação. Na tentativa de buscar melhores condições do outro lado da barreira, dezenas de pessoas foram mortas por soldados que tinham ordem de atirar.

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Após a derrota alemã na Segunda Guerra, os países vencedores lhe impuseram pesadas sanções. Dentre as quais a divisão da Alemanha em 4 áreas administrativas, cada uma chefiada por um dos vencedores: Estados Unidos, França, Reino Unido e União Soviética e duas zonas de influência: Capitalista e Socialista. Berlim, a capital da Alemanha, também foi dividida, ainda que sob território de influência soviética. A comunicação entre o lado ocidental da cidade fragmentada e as outras zonas era feita por pontes aéreas.

A Queda do Muro de Berlim
A queda do muro não dependeu de nenhuma ordem oficial, apenas o desejo latente e cada vez maior de liberdade, união e reencontro, além do enfraquecimento dos regimes socialistas. Um mal-entendido em relação a um comunicado oficial do governo da Alemanha Oriental, somado às pressões políticas e sociais externas e internas, provocou a derrubada do Muro de Berlim. Em 9 de novembro de 1989, com a crise do sistema socialista no leste da Europa e o fim deste sistema na Alemanha Oriental, ocorreu a queda do muro.
Cidadãos da Alemanha foram para as ruas comemorar o momento histórico e ajudaram a derrubar o muro. O ato simbólico representou também o fim da Guerra Fria e o primeiro passo na reintegração da Alemanha.

Reunificada oficialmente em outubro de 1990, a Alemanha rica e próspera luta ainda hoje para superar a desigualdade existente entre ossies (orientais) e wessies (ocidentais).