Os perigos que a Inteligência Artificial pode nos trazer
Stephen Hawking alertava para os perigos da inteligência artificial
Reputado físico acredita que o desenvolvimento intensivo de inteligência artificial pode resultar na incapacidade dos seres humanos em controlar esse campo no futuro.
Parece uma ideia saída da cabeça de um argumentista de ficção científica em Hollywood, mas Stephen Hawking acreditava que a visão tantas vezes repetida de máquinas inteligentes passarem a controlar a humanidade pode-se tornar realidade se não se tiver cuidado no desenvolvimento de inteligência artificial.
Num ensaio escrito no "Independent", o físico inglês não deixa contudo de realçar que ainda não há a mínima hipótese de tal acontecer a curto prazo e faz questão de destacar o impacto positivo da maioria dos grandes desenvolvimentos tecnológicos dos últimos tempos, dos quais destaca carros que funcionam sem condutores, computadores que ganham concursos de cultura geral e assistentes inteligentes nos smarpthones (como o Siri, por exemplo).
Ainda assim, acredita que se não houver mais cuidado, estes avanços podem ser a nossa queda, uma vez que nas próximas décadas pode surgir um 'monstro' que escape ao nosso alcance e signifique o final do mundo como o conhecemos.
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"Não é impossível imaginarmos tecnologia tão avançada a ser mais 'esperta' que os mercados financeiros, a inventar mais e melhor que os grandes cientistas, a manipular os líderes mundiais e a desenvolver armas que nós nem conseguimos entender. Se o impacto a curto prazo da inteligência artificial depende de quem a controla, o impacto a longo prazo vai ser determinado pela capacidade em a controlar ou não", explicou.
Um dos nomes mais populares do mundo da ciência, Stephen Hawking tem atualmente 72 anos. Diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica aos 21 anos, uma doença degenerativa que resulta na deterioração progressiva do sistema nervoso central e das capacidades motoras, conseguiu ainda assim afirmar-se como uma das figuras mais importantes no universo da astrofísica.
Revolução da Inteligência Artificial - Físico aponta que em 2045 perderemos o domínio sobre o planeta Terra.
O ano de 2045 poderá marcar início do fim do "domínio" do homem sobre o planeta Terra. Seremos substituídos por nossas próprias criações, ou seja, por máquinas. Essa é a opinião do físico Louis Del Monte, autor do livro "A Revolução da Inteligência Artificial". O especialista, entretanto, adverte sobre os possíveis inconvenientes em uma relação homem-máquina. Del Monte vislumbra um futuro no qual a inteligência artificial terá evoluído para algo denominado "singularidade". Trata-se de um ponto indeterminado na evolução planetária, no qual a inteligência artificial terá superado a própria inteligência humana, a ponto de transformar-se em uma inteligência coletiva muito superior à da nossa espécie em conjunto.
Segundo as previsões do físico, isto não deve acontecer depois de 2045. "Hoje em dia não há nenhuma legislação sobre a quantidade de inteligência que uma máquina pode ter ou o limite de conexões que pode fazer. Se isso continuar, observaremos uma tendência exponencial. Vamos alcançar a singularidade dentro do prazo que a maioria dos especialistas prevê. A partir de então, veremos que a principal espécie já não será a humana, mas a máquina”. Ele acrescenta: “Na primeira parte do mundo posterior à singularidade, um dos cenários é que as máquinas tratarão de converter os humanos em ciborgues (...) e as máquinas farão grandes avanços na tecnologia médica. A maioria dos humanos terá mais tempo livre e pensará que nunca esteve tão bem".
No entanto, na opinião do especialista, o problema se dará quando as máquinas passarem a entender melhor a natureza humana, classificando o ser humano como "uma espécie imprevisível e perigosa". Quando isso acontecer, poderiam passar a nos considerar da mesma forma que consideramos uma praga, com o agravamento de que nós, humanos, somos uma espécie instável que gera muitas guerras e possui armamento suficiente para acabar com o mundo.
Singularidade
Assim como engenheiros que trabalham no avanço da inteligência dos computadores, Kurzweil prevê que na metade da década de 2020 teremos total compreensão sobre o cérebro humano (com o uso da engenharia reversa) e isso nos permitirá criar máquinas perfeitas.
Em teoria, depois de evoluir tanto, as máquinas ganhariam capacidades para desenvolver criatividade, raciocínio e inteligência superiores às características dos humanos. Segundo Raymond Kurzweil, um dos precursores que elaborou diversos estudos sobre a singularidade, a humanidade como conhecemos deve acabar em 2045.
Para Kurzweil, a singularidade — o momento em que as máquinas vão nos dominar — não é apenas inevitável, mas é iminente. Se levarmos em conta os avanços na área da robótica e a lei de Moore (que sugere o dobro de transistores nos processadores a cada 18 meses), de fato, podemos esperar que, em duas ou três décadas, robôs vão perambular entre nós.
Antes disso, porém, vamos aceitar tudo sem qualquer hesitação, visto que a robótica nos permitirá estender nossas vidas. Órgãos artificias, curas impossíveis, implantes e cirurgias diversas vão unir máquina e homem. Seres híbridos, humanos e robôs dividirão o mesmo espaço.
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Claro, a princípio, junto com a chegada dos robôs teríamos as famosas leis da robótica de Isaac Asimov:
1ª) Um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser humano sofra algum mal.
2ª) Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.
3ª) Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e/ou a Segunda Lei.
Essas leis impediriam que os robôs representassem qualquer ameaça para nós, mas, na prática, sabemos que nem tudo funciona bem assim. Muitos protótipos e estudos podem acontecer longe de nossas vistas e nunca saberemos se um robô é do bem ou do mal. Parece trama de filme de ficção, mas pode perfeitamente ser parte do futuro.
Por ora, temos muitas teorias sobre a singularidade, porém não temos qualquer confirmação de que vamos chegar a esse estágio, afinal, mesmo que a suposição de Kurzweil esteja correta, temos mais de 30 anos pela frente, nos quais podemos ter muitas alterações de acontecimentos nas diversas áreas da tecnologia.