
É muito comum achar definições
de sadomasoquismo que alegam as seguintes
características: "O sadomasoquismo é o prazer sexual
derivado da submissão/dominação... (o masoquista não
gosta de dor, se não estiver acompanhada de um
contexto sexual)" (?) ; "O sadomasoquista excita-se
e realiza-se sexualmente das duas formas, infligindo
dor a outros ou submetendo-se a ela. Assim, os
adeptos desta prática dividem-se em dois grupos. Os
dominadores, que atingem o orgasmo infligindo dor
aos outros e os submissos, que assumem o papel
passivo e que só atingem o auge da excitação quando
são mal tratados."(??).
Coincidentemente (ou erroneamente), todas as
definições de sadomasoquismo CONDICIONAM
NECESSARIAMENTE dor ao sexo, ou dor ao orgasmo;
Vejamos: Só sentimos prazer na dor quando transamos?
ou gozamos só quando apanhamos ? Alguém goza só por
açoitar alguém?
Tudo bem q sadomasoquismo é considerado uma "pratica
sexual" , mas será que se não existisse o ato sexual
também não existiria o sadomasoquismo?
Analisemos as seguintes afirmações "cientificas":
"Como acontece neurologicamente o Desejo Sexual
O Desejo Sexual é um "apetite" ou um impulso
produzido pela estimulação de um sistema neurológico
específico, o qual produz sensações específicas e
suficientes para levar a pessoa à busca de
experiência sexual ou a mostrar-se receptiva a ela.
Tudo isso depende da ativação de um centro cerebral
específico, o qual, por sua vez, é constituído por
dois setores distintos. Esses dois setores cerebrais
são vinculados a dois importantes sistemas de
neurotransmissores: um deles ativador do desejo e o
outro, inibidor do mesmo.
Essa região sexual cerebral está interconectada a
outros múltiplos centros neurais, fazendo com que o
impulso sexual se integre à totalidade da
experiência vivencial da pessoa. A "região sexual"
do cérebro, se localiza fundamentalmente no
hipotálamo e, como dissemos, se compõe de 2 grandes
subgrupos de centros: os centros póstero-laterais,
que são os centros ativadores, e os centros
ventro-mediais, que são os inibidores. Estes últimos
teriam a função de frear a ação dos primeiros.
Os centros hipotalâmicos da sexualidade guardam
estreita relação com os centros do prazer e da dor.
Assim sendo quando o centro do desejo é estimulado,
também se ativa o centro do prazer, e a pessoa
experimenta sensações prazerosas.
De forma contrária, em situações dolorosas, quando
então estaria ativado o centro da dor, haveria uma
inibição do centro do desejo.
Tal priorização é fundamental para que o indivíduo
concentre toda sua energia para afastar-se da
situação dolorosa, ao invés de distrair-se em
atitudes sexuais."
"Como acontece quimicamente o Desejo Sexual
Nos neurônios do centro do prazer existem receptores
(neuroreceptores) específicos para compostos
químicos produzidos pelas células cerebrais chamados
de endorfinas. Estas endorfinas têm uma composição
química similar à da morfina e provocam, como a
morfina, uma sensação de euforia, bem estar e alívio
da dor.
Para se ter uma idéia, a ação analgésica das
endorfinas é, aproximadamente, 200 vezes mais
potente que a ação da própria morfina.
Naturalmente, como se deduz, a liberação das
endorfinas no Sistema Nervoso Central (SNC) estimula
o centro do prazer e, ao mesmo tempo, inibe o centro
da dor. Contrariamente, a estimulação do centro da
dor inibe a produção de endorfinas."
( fonte: www.psiqweb.med.br)
Pelo que podemos entender é "neuroquimicamente"
impossível alguém sentir dor e prazer sexual ao
mesmo tempo. Automaticamente uma sensação inibe a
outra...
Então como pode condicionar a dor ao sexo? Não
podem...
Porém como explicar orgasmos que algumas pessoas tem
durante uma sessão de spanking, por exemplo? Uma
explicação simples para tais situações seriam o fato
de elas já estarem estimuladas sexualmente ( e isso
independe de estimulo externo em muitos casos,
geralmente acontece na mente da pessoa, na sua
própria fantasia no momento), ou seja, com
endorfinas liberadas por todo o corpo, e seu cérebro
já estimulados sexualmente; com essas condições
qualquer estimulo que a pessoa receber nesse momento
será transformado em prazer, mesmo que lhe inflijam
dor , ela sentira prazer, seu corpo todo esta
estimulado pra sentir prazer, esta "anestesiado"...e
quanto mais estímulos receber maior será seu prazer
e consequentemente o orgasmo (muitos já devem saber
que quando gozamos não sentimos nada , nem a pior de
todas as dores , o pior de todos os castigos seriam
percebidos.); É durante o orgasmo que o nosso
cérebro segrega maior quantidade de endorfinas.
Mas e o contrario? Alguém que não esteja estimulada
sexualmente , teria orgasmo numa sessão de torturas?
Pouco provável diria ...porem não deixaria de Ter
prazer ...É ai que entramos na condição do sexo para
Ter prazer na dor. Se alguém não gozar numa
tortura não quer dizer que não esteja gostando, que
não há prazer naquilo; Há sim , porem não sexual,
não necessariamente sexual.
Quem é praticante de sadomasoquismo sabe que existem
variadas formas de prazer , e esta variação é tão
individual que não pode existir duas pessoas que
sintam as mesmas coisas expostas a um mesmo
estimulo.
A explicação por esse "prazer não sexual" na dor, é
tão complexa que não existe, o que há são somente
suposições baseadas em algumas pesquisas , que
tentam nos fazer entender tais sensações.
A mais famosa e a que mais chega perto de uma
possível explicação para tal fato é a do dr. David
Borsook:
"A dor e o prazer podem ser sensações mais próximas
do que se pensava até agora, revelou um estudo
realizado pelo Hospital Geral de Massachusetts, nos
Estados Unidos.
O dr. David Borsook e sua equipe descobriram que as
duas sensações ativam os mesmos circuitos no cérebro
- o que sugere que as respostas à dor e ao prazer
sejam similares.
A descoberta pode abrir o caminho para a melhoria do
tratamento da dor e também aumenta a compreensão de
como o cérebro funciona, disse o especialista,
acrescentando que o estudo pode oferecer ainda uma
forma objetiva de medir uma sensação intensamente
pessoal.
"A dor não é só uma experiência sensorial - Eu a
sinto aqui e só -, mas é também uma experiência
emocional", disse Borsook. "É essa experiência
emocional que tem sido difícil de ser capturada ou
definida".Borsook e sua equipe usaram uma tecnologia
que permite aos cientistas ver o cérebro em ação.
Eles obtiveram imagens funcionais dos cérebros de
oito jovens saudáveis, do sexo masculino, enquanto
realizavam vários testes.
Em um desses testes, uma pequena chapa aquecida foi
amarrada às mãos dos voluntários. Os pesquisadores
aqueceram inicialmente de forma moderada e agradável
e, posteriormente, a uma temperatura que causasse
incômodo e dor.
As temperaturas que causam dor ativaram não apenas
as áreas tradicionalmente associadas a esse fenômeno
no cérebro, mas também as áreas que anteriormente
eram consideradas pontos envolvidos na ativação de
um circuito de "recompensa", disseram os cientistas
em um relato de sua experiência, publicado na edição
desta semana da revista Neuron.
Em algumas das estruturas associadas à recompensa -
áreas conhecidas por ser ativadas por alimentos,
dinheiro e, também, por drogas como a cocaína -
foram detectados diferentes padrões.
Houve também uma variação na resposta ao longo do
tempo.
"Há dois sistemas no cérebro que jamais foram
associados no passado, e essa foi a primeira vez que
vimos algo adverso ativando essas estruturas de
recompensa", disse Lino Becerra, que participou da
realização do estudo.
Borsook afirmou, por sua vez, que algo mais complexo
do que uma simples resposta positiva ou negativa
pode estar ocorrendo.
"Pode ser que esses circuitos, anteriormente
descritos como estruturas que lidam com a
recompensa, sejam aqueles que analisam os estímulos
e julgam quais são importantes para a
sobrevivência", declarou o chefe da pesquisa. As
descobertas, ainda segundo o especialista, podem
também explicar a incomum resposta dos masoquistas à
dor, embora ressaltasse que esse não era seu
objetivo na pesquisa.
"Claramente, se o sadismo e o masoquismo representam
algo no continum recompensa-aversão, uma hipótese
sugere que, talvez, os circuitos foram modificados
para que um estímulo que normalmente causaria
aversão seja percebido como uma recompensa",
concluiu.
(Com informações da revista Reuters)"
Com essa pesquisa estamos mais perto de "comprovar"
que existem sim outras formas de se Ter prazer na
dor, e que não precisamos do sexo para tal, que os
masoquistas potencializam a dor para o prazer, para
algo agradável , não é dor pela dor, não é dor pelo
sexo, é dor por um prazer que muitos desconhecem,
algo que ate hoje é inexplicável pela própria
ciência, mas que existe, é perceptível e é uma
sensação...como o prazer sexual também o é.