Richard Niessen

Dois elementos são essenciais em
qualquer esquema evolucionário, quer teísta quer
ateísta: longos períodos de tempo e a suposta
validade do enredo evolucionário,
molécula-para-homem. Os ateístas mostram pouca
preocupação pelo relato bíblico, exceto para
ridicularizar as suas declarações. Evolucionistas
teístas, porém, professam uma certa fidelidade às
Escrituras e precisam tentar
harmonizar o relato bíblico com o enredo
evolucionário. 0 texto bíblico, pelo menos ao
observador imparcial, indica um universo e
uma terra formados em seis dias; evolucionistas
supõem pelo menos seis bilhões de anos. 0 mecanismo
pelo qual os evolucionístas
teístas harmonizam os dois, é conhecido como a
Teoria Dia-Era.
O termo chave nesta tentativa de harmonia é a
palavra dia como é usada em Gênesis 1. A palavra
hebraica para dia é yom e, sabemos
que ela é usada numa variedade de modos: (1) o
período da luz do dia no cicio diurno, como em
Gênesis 1:5,14,16,18; (2) um período
normal de 24 horas; e (3). um período de tempo
indefinido como no Salmo 90:10.
A passagem para a qual invariavelmente se apela é 11
Pedro 3:8: "Para com o Senhor, um dia é como mil
anos, e mil anos como um
dia". Também é alegado que houve demasiada atividade
no sexto dia (Gênesis 2), para encaixar dentro de um
dia normal: Adão nomeando
milhares de animais e descobrindo a sua solidão, e a
subsequente criação de Eva. A alegação então é de
que os dias de Gênesis 1 são
realmente longos períodos de tempo, que correspondem
aos principais períodos da história geológica
evolucionária.
A Refutação da Teoria Dia-Era.
A maioria dos criacionistas que crêem na Bíblia,
sustenta que a Teoria Dia-Era, é uma opção não
bíblica, pelas seguintes razões:
1. Uma interpretação imprópria de 11 Pedro 3:8.
Em hermenêutica (a ciência de interpretação bíblica)
é evidente que 11 um texto sem um contexto é um
pretexto. Da mesma forma como
a gravação de uma fita pode ser editada para fazer o
alto falante dizer tudo o que o editor desejar,
assim as Escrituras podem ser
manipuladas para satisfazer a fantasia ou
predisposição de urna pessoa. Por exemplo: 11
Respondeu Jesus... Que é a verdade?" ( João
18:37,38 ). Todas as palavras acima citadas, são
diretamente tiradas da Bíblia, mas um exame mais
atento revela que foi realmente
Pilatos que proferiu a afirmação, e que as palavras
intermediárias têm sido omitidas.
II Pedro 3:3-10 é uma unidade. 0 contexto fala de
zombadores nos últimos dias que irão ridicularizar a
segunda vinda de Cristo, 0
raciocínio deles é de uniformidade em sua natureza:
Jesus prometeu voltarem breve, Ele ainda não voltou,
por conseguinte não vai
voltar de forma alguma. Pedro refuta essas
suposições de uniformidade com urna referência ao
dilúvio e a certeza de um julgamento
para esses zombadores. Daí, respondendo a acusação
que Cristo falhou, deixando de cumprir a promessa,
Pedro escreve as palavras em
questão, e conclui reafirmando a certeza da segunda
vinda de Cristo,
Verso 8 nunca foi escrito para ser uma fórmula
matemática de 1=1.000 ou 1.000=1. 0 essencial é que
Deus criou o tempo, bem como o
universo, e por isso está acima dos mesmos (conforme
Hebreus 1:2 ). Enquanto que nós mortais pensamos que
1.000 anos é um longo
tempo, Deus pode medir 1.000 anos de história como
nós podemos medir o horizonte de um lado para outro.
0 verso também poderia ter
sido igualmente redigido, "Cinco minutos são para o
Senhor como dez mil anos", e ainda ter exprimido a
mesma mensagem. Note o uso
da palavra como, descrevendo similaridade, não é a
mesma que um sinal de igualdade. Reciprocamente,
Deus é capaz de fazer em um dia
o que normalmente exigiria mil anos para se
realizar. Uma sugestão pertinente aqui, à luz da
referência da passagem à Criação e ao
dilúvio, é uma possível alusão à rápida formação das
camadas sedimentares da assim chamada coluna
geológica. As atividades
diluvianas de um dia poderiam formar camadas
sedimentares que normalmente levariam mil anos para
se formarem pelos processos
uniformitarianos (que agem vagarosamente).
11 Pedro 3:8 não tem nada a ver com a duração da
semana da criação. Gênesis 1 deve ser interpretado
no seu próprio contexto e não
por um verso irrelevante, escrito 1.500 anos mais
tarde.
2. A insuficiência de um dia de mil anos.
Em benefício da discussão, vamos supor ser verdade a
fórmula matemática que os evolucionistas teístas
desejam Nesse caso, dia um
são os primeiros mil anos da história da terra, dia
dois os segundos mil anos, etc. A consistência
logicamente ditaria que cada um
dos seis períodos é da mesma duração, resultando em
um período de criação de 6.000 anos do nada até
Adão. Mas 6.000 anos é apenas
uma gota no oceano, comparado como o tempo exigido
para fazer funcionar o sistema evolucionista.
Admitamos ser um dia igual a
10.000 anos. Não, nem 60.000 anos é um tempo
suficiente. Que tal 1 dia igual a 100.000 anos? 1
milhão de anos? 10 milhões de anos?
100 milhões de anos? 1 bilhão de anos? Ah, sim, isto
bastará para o tempo exigido! Mas o que acontece com
a línguagem como
instrumento de comunicação de informação
significativa? Se as palavras têm esse tipo de
infinita flexibilidade, então, a arte da
comunicação é verdadeiramente uma causa perdida.
Essas táticas seriam tratadas com o máximo desprezo
se elas fossem aplicadas em
qualquer outro campo de estude:. Certamente não
deveríamos tolerá-las no estudo da Palavra de Deus,
Parece que 11 Pedro 3:8 é meramente a cunha usada
para fazer a cabeça do camelo entrar na tenda. A
palavra hebraica olam estava
disponível para comunicar a idéia de um longo
período de tempo, se Moisés realmente tivesse a
intenção de transmitir tal idéia. E a
palavra hebraica yom estava disponível se ele
tivesse desejado transmitir a idéia de um dia de 24
horas.
3. As exigências do uso primário da palavra.
Cada língua possui certas palavras que são usadas em
diferentes contextos, com diferentes significados.
Por exemplo, o Webster's
Dictionary define o substantivo shíp (navio) como
segue:
Ship (n) 1) um barco grande que navega pelo mar; 2)
avião; 3) os oficiais e a tripulação de um navio. Se
você fosse capaz de ver a
forma substantiva de ship, isolada e sem contexto,
quais das três definições lhe chegaria primeiro à
mente? Obviamente a definição
colocada como 1, ou a definição primária da palavra.
Se o contexto absolutamente o exigisse, o 3 poderia
ser usado, mas isso
certamente seria um uso incomum da palavra.
Da mesma forma acontece nas Iínguas bíblicas. Os
dicionários (Grego e Hebraico) anotam as palavras e
daí as definições em ordem
decrescente de uso. Não se traduz o Grego e o
Hebraico lançando a sorte, nem girando a roleta. Em
qualquer tradução é sempre dada a
prioridade ao uso primário de qualquer termo, e usos
secundários são empregados somente quando o uso
primário não faz sentido no
contexto no qual o termo é colocado.
A palavra hebraica yom é usada mais de 2.000 vezes
no Velho Testamento. Um estudo apressado revela que
em mais de 1.900 casos (95%)
a palavra é claramente usada para descrever um dia
de 24 horas, ou a parte iluminada de um dia normal.
Os outros 5% se referem a
expressões tais como "o dia do Senhor" ( Joel 2:1 )
as quais de maneira alguma necessitam ser exceções,
sendo que a segunda vinda
de Cristo ocorrerá em um dia particular (1 Coríntios
15:51,52), mesmo que o seu reinado se estenda sobre
um período de tempo mais
longo. (Não há praticamente nenhuma dessas exceções
que efetivamente exigem o significado de um outro
período de tempo senão o dia
solar). Por isso, mesmo sem um contexto, um tradutor
imparcial normalmente entenderia a idéia de um
"período de 24 horas" para a
palavra yom.
4. As exigências de contexto.
Geralmente as palavras não estão isoladas umas das
outras. Quando elas aparecem na escrita, elas são
sempre rodeadas por outras
palavras para modificá-las e ou clarificá-las Usemos
a palavra ship empregada como ilustração no último
ponto. É necessário somente
acrescentar duas palavras, para não somente
diferenciar entre as formas de substantivo e verbo,
mas também para clarificar qual dos
usos é intencionado dentro daquela forma. Por
exemplo: ---0 ship voou". 0 artigo definido
identifica a forma como um substantivo; o
verbo identifica o uso secundário da palavra com um
avião ao invés de um barco.
Nós não precisamos bater o assunto multiplicando
exemplos aqui. Se nós escrevemos: "Eu revolvi a
terra do quintal no meu dia de
folga", fica claro pelas palavras circunvizinhas que
esta atividade é confinada para um dia específico.
Este é o caso em Gênesis 1,
todas as palavras circunvizinhas transmitem ao
leitor imparcial, a idéia de que cada atividade é
confinada para um dos dias
específicos de 24 horas desta semana da criação.
5. O qualificador numérico exige um dia de 24 horas.
A palavra "dia" aparece mais de 200 vezes no Velho
Testamento com números (isto é, primeiro dia,
segundo dia, etc.). Em cada caso
singular, sem exceção, ela se refere a um dia de 24
horas. Cada um dos seis dias da semana da criação é
qualificado assim, e por
isso a consistência do uso no Velho Testamento
também exige um dia de 24 horas.
6. Os termos "Noite e Dia" necessitam de um dia de
24 horas.
As palavras noite (52 vezes) e manhã (220 vezes)
sempre se referem a dias normais onde elas são
usadas em outros lugares no Velho
Testamento. 0 dia judeu iniciava com o anoitecer
(pôr do sol) e terminava com o início do anoitecer
do dia seguinte. Deste modo é
apropriado que a seqüência seja noite - manhã (de um
dia normal) ao invés de manhã - noite (início e
fim). 0 hebraico literal é
ainda mais marcante: "Houve tarde e houve manhã, dia
um... Houve tarde e houve manhã, dia dois," etc.
7. As palavras "dia" e "noite" são parte de um dia
normal de 24 horas.
Em Gênesis 1:5,14-18, as palavras dia e noite são
usadas nove vezes de tal maneira que elas podem
referir-se apenas aos períodos
claros e escuros de um dia normal de 24 horas.
8. Gênesis 1:14 distingue entre dias, anos e
estações.
E disse também Deus: "Haja luzeiros no firmamento
dos céus, para fazerem separações entre o dia e a
noite; sejam eles sinais, para
dias e anos". Claramente a palavra dia aqui
representa dias, anos representa anos, estações
representa estações.
É uma desculpa, para desviar a atenção da verdade,
alegar que, se o sol não apareceu até o quarto dia,
não podia haver dias e
noites nos primeiros três dias. A Bíblia claramente
diz que havia uma fonte de luz (aparentemente
temporária em sua natureza,
Gênesis 1:3), que houve períodos alternados de luz e
trevas (1:4-5), e que houve noite e manhã durante
aqueles primeiros três dias
(1:5, 8, 13)
9. A Simbiose requer um dia de 24 horas.
A simbiose é um termo biológico descrevendo uma
afinidade mutuamente benéfica entre dois tipos de
criaturas. De particular interesse para nós são as
espécies de plantas que não podem se reproduzir à
parte dos hábitos, de certos insetos ou pássaros.
Por exemplo, a planta iúca é dependente da mariposa
íúca, e a maioria das flores precisa de abelhas ou
de outros insetos para a polinização e reprodução. A
árvore calvária, na ilha Maurícia, era totalmente
dependente do pássaro dodó para ingerir a sua
semente, escarificar a dura camada da mesma, e
excretar as sementes antes que a germinação pudesse
se realizar. Desde que o pássaro dodó se tornou
extinto em 1.681, não tem havido nenhuma reprodução
dessa árvore. De fato, as árvores mais novas têm 300
anos de idade! Muitos exemplos adicionais poderiam
ser citados.
De acordo com Gênesis 1, as plantas foram criadas no
terceiro dia (versos 9-13), os pássaros no quinto
(versos 20-23), e os insetos no sexto dia (versos
24,25,31). As plantas poderiam ter sobrevivido por
48 ou 72 horas sem os pássaros e as abelhas, mas
será que elas teriam sobrevivido 2-3 bilhões de anos
sem ajuda mútua como afirma a Teoria Dia-Era? Muitos
pássaros comem somente insetos.
Será que eles poderiam ter sobrevivido um bilhão de
anos enquanto estavam esperando pelo desenvolvimento
dos insetos? Dificilmente.
(Note que a origem da Bíblia não é a ordem exigida
pela evolução).
10. A sobrevivência de plantas e animais necessita
de um dia de 24 horas.
Se cada dia fosse verdadeiramente um bilhão de anos,
como os evolucionistas teístas afirmam, então metade
do dia (500 milhões de anos) teria sido trevas.
Lemos explicitamente no verso 5 que a luz foi
chamada dia e as trevas noite, e que cada dia tinha
um período de luz - trevas. Como então as plantas,
os insetos e os animais, teriam sobrevivido através
de cada intervalo de 500 milhões de anos de trevas?
Nota-se claramente a necessidade de um dia de 24
horas.
11. O testemunho do quarto mandamento.
É uma coisa maravilhosa observar a harmonia das
Escrituras e a regularidade com a qual Deus executa
os seus planos. Já tentou saber por que houve seis
dias de criação, ao invés de um outro número? Á luz
da criação aparentemente instantânea dos novos céus
e da nova terra de Apocalipse 21, e da natureza
instantânea dos milagres do Novo Testamento, por que
é que Deus leva um tempo tão longo como seis dias
para criar todas as coisas? E por que Deus descansou
no sétimo dia? Será que cansou-se após todo esse
esforço? Não, Salmo 33:6-9 afirma que "Os céus por
sua palavra se fizeram... Pois Ele falou, tudo se
fez; Ele ordenou, e tudo passou a existir".
Não há nenhum sinal de esforço aqui. Gênesis 2:2-3
simplesmente que dizer que Ele parou de trabalhar
porque a ordem criada estava completada, não porque
Ele estava cansado.
O comentário sobre essas questões se encontra em
Êxodo 20 -8-11, e onde consta o seguinte:
verso 8 lembra-te do dia de sábado, para o
santificar.
verso 9 seis dias trabalharás, e farás toda a tua
obra.
verso 10 Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu
Deus; não* farás nenhum trabalho...
verso 11 - porque em seis dias fez o Senhor o céu e
a terra, o mar e tudo o que neles há, e no sétimo
dia descansou.
Versos 8-10 falam do homem trabalhando seis dias e
descansando do seu trabalho no sétimo. Estes
obviamente não são períodos de tempo
incalculavelmente longos, mas dias normais de 24
horas. Uma palavra-chave no verso 11, é porque, pois
ela introduz a base lógica ou o fundamento para o
mandamento anterior. Ela continua em igualar o
período de tempo da semana (seis dias mais um dia) e
afirma que Deus mesmo havia colocado o exemplo em
Gênesis 1. Esta é verdadeiramente a razão porque a
semana da criação era de 7 dias - não mais, nem
menos. A passagem se torna um absurdo se lêssemos:
"Trabalhe por seis dias e descanse no sétimo, porque
Deus trabalhou por seis bilhões de anos e está agora
descansando durante o período do sétimo bilhão de
ano". Se Deus está descansando, quem partiu as águas
do mar vermelho, em Êxodo 14? E o que Jesus queria
dizer em João 5:17 quando Ele disse, Meu Pai
trabalha até agora, e eu trabalho também"?
Às vezes os evolucionistas teístas alegam que nós
não sabemos a duração dos dias na época remota em
Gênesis 1. Em primeiro lugar, Gênesis 1 não foi em
época remota, mas foi somente alguns mil anos antes
da escrita do livro de Êxodo. Desde que a terra está
constantemente diminuindo a velocidade de sua
rotação, a terra primordial teria girado com maior
velocidade, e portanto os dias teriam sido mais
curtos, não mais longos.
Contudo, as pessoas do dia - era têm passado por
cima de algo ainda mais óbvio aqui: Gênesis 1 e
Êxodo 20 foram escritos pelo mesmo autor - Moisés -
mais ou menos na mesma época (1.500 A.C.). Por isso,
a comum autoria de ambas as passagens é uma
evidência que ele tinha em mente o mesmo período de
tempo quando ele usou a palavra dia. Além disso,
podemos notar que o quarto mandamento foi na
realidade escrito pelo próprio dedo de Deus em
tábuas de pedra (Êxodo 31:18; 32:16-19; 34:1, 28,
29; Deuteronômio 10:4). Se qualquer pessoa deveria
saber a duração dos dias, essa deveria ser o próprio
Criador!
12. O testemunho dos Rabinos.
A literatura talmúdica contém comentários de
virtualmente cada passagem do Velho Testamento. A
liberdade que eles tomam em interpretar algumas
passagens espantam a imaginação, não obstante, uma
coisa é certa: eles são unânimes em aceitar um dia
normal de 24 horas para Gênesis 1. Se houvesse o
menor indicador gramatical ou contextual dentro
daquele capítulo que apontasse para um período mais
longo, pode estar certo que eles o teriam descoberto
e por fim desenvolvido. 0 fato de eles não o fazerem
é um forte testemunho para interpretar' os dias como
períodos normais de 24 horas.
13. O testemunho dos pais da igreja.
Às vezes é afirmado que os pais da igreja criam em
longas épocas para os dias de Gênesis 1. Isto é uma
meia verdade. Os únicos dois que tinham este parecer
eram Orígenes e Clemente de Alexandria, e eles eram
alegorizadores que inventavam interpretações
incomuns para cada parte das Escrituras. 0 sistema
deles de alegorizar conduziu às interpretações mais
incríveis, as quais eram restringidas somente pelos
limites de suas férteis imaginações. Outros
comentaristas antigos de Gênesis 1 incluem a
Epístola de Barnabé, Ireneu e Justino Mártir. As
observações desses homens têm sido freqüentemente
mal entendidas e interpretadas como se eles
acreditassem na Teoria Dia-Era. Isto não é verdade.
0 que eles estavam fazendo era desenvolver uma
estrutura escatológica que incluía um reino ,literal
de Cristo de 1.000 anos sobre a terra (o milênio). A
lógica deles seguia estas linhas:
a) Deus trabalhou por seis dias e descansou no
sétimo.
b) Para com o Senhor, um dia é como mil anos (11
Pedro 3:8).
c) Os seis dias da criação e um dia de descanso
conseqüente tipificam os seis mil anos da história
humana, que será concluída pelo milênio de mil anos,
seguido pela eternidade. A criação aconteceu 4.000
A.C., portanto, o milênio deveria começar 2.000
A.D., terminar 3.000 A.D., e introduzir o período
infinito da eternidade.
Independentemente de concordarmos ou não com o
raciocínio deles e a resultante estrutura profética,
concluímos que esses pais da antiga igreja não
negavam a criação literal de seis dias, mas estavam
declarando a sua fé nela.
A opinião dos reformadores (Lutero, Calvino, etc ...
) é a de uma criação de seis dias, de 24 horas cada
um deles.
0 comentário de Thomas Scott de 1.780 geralmente
menciona interpretações variadas onde elas existem,
mas não diz nada sobre qualquer possibilidade dos
dias serem diferentes do que períodos de 24 horas.
É somente desde a metade do século dezenove que os
comentaristas começaram a falar sobre longos
períodos de tempo dentro do próprio Gênesis 1. Isto
é realmente surpreendente! O Pentateuco foi escrito
por Moisés em 1.500 A.C. A Teoria DiaEra não é
mencionada por nenhum estudioso bíblico sério até
1.800 A. D. Por 3.300 anos este suposto segredo
ficou escondido, aguardando a manha dos estudiosos
do século dezenove para desvendar os seus mistérios
e revelá-los a um mundo em expectativa! Há algo de
errado aqui. Ou Deus não sabe como se expressar
claramente, ou os estudiosos bíblicos foram cegos
por três mil anos, por falharem em ver essa verdade
óbvia, ou ... a Teoria Dia-Era nada mais é do que
uma moderna invenção.
Será que há algum evento em meados de 1.800 que
encaixaria com isto? Efetivamente há. Foi nesta
época que Origin of Species de Darwin, Principles of
Geology de Lyell, e outros tratados evolucionários
estavam inundando o mercado, resultando em uma
aceitação popular muito difundida dos principais
dogmas da evolução. Em vez de manter o seu terreno e
insistir na autenticidade da descrição de Deus sobre
as origens, muitos teólogos fizeram da teoria
evolucionária o critério da verdade e praticamente
caíram um por cima do outro em sua luta selvagem
para comprometer a descrição bíblica das origens com
as especulações dos ateístas e agnósticos do século
dezenove. Onde. se chega a uma disputa entre a
Bíblia e as teorias dos homens, parece que sempre há
aqueles que irão pender para o mal para assegurar
que a Bíblia leva a pior.
14. O problema Teológico do pecado e da morte.
De acordo com os evolucionistas teístas, a vida das
plantas e dos animais floresceu e morreu pelo menos
500 milhões de anos antes que o homem evoluiu. A
morte deles tem sido registrada visto que os fósseis
permanecem enterrados nas camadas sedimentares da
assim chamada coluna geológica.
Romanos 5:12, contudo, não concorda: "Portanto,
assim como por um só homem entrou o pecado no mundo,
e pelo pecado. a morte, assim também a morte passou
a todos os homens porque todos pecaram".
A passagem então prossegue identificando Adão como o
homem mencionado no verso 12. Não há nada de ambíguo
sobre a passagem, ela significa exatamente o que
diz: Adão foi o primeiro homem, e não houve morte
antes do incidente do Jardim do Éden registrado em
Gênesis 3. Ou a evolução teísta e a sua Teoria
DiaEra estão errados, ou Romanos 5:12 está errado.
Aqui não há como harmonizar ou permanecer indeciso;
temos que fazer uma escolha entre a evolução teísta
e as declarações simples da Bíblia.
Ainda há uma outra lição a ser aprendida dessa
tendência entre os neo - evangélicos atuais, de
fazer uma falsa dicotomia entre as afirmações de fé
e prática da Bíblia e as afirmações pertencentes à
ciência e história. As primeiras, eles dizem, são
acuradas; as últimas são crivadas com erros de
fatos. Este ponto de vista também é conhecido como
inspiração parcial ou inerrância limitada.
Romanos 5:12 mostra que o acima mencionado é
insustentável porque a passagem baseia uma doutrina
teológica (o pecado do homem) sobre um evento
histórico (a queda de Adão). Da mesma forma, 1
Coríntios 15:45 baseia a doutrina da ressurreição
sobre a historicidade de Adão como o primeiro homem.
Muitos outros exemplos poderiam ser citados, mas a
lição é clara: a teologia ("fé e prática") da vida
cristã é inseparavelmente ligada e entrelaçada com a
historicidade e veracidade científica das porções
narrativas das Escrituras. Negar a um é negar a
outro.
15. A exeqüibilidade dos eventos do sexto dia.
Um dos problemas parece ser: como Adão poderia ter
nomeado todos os animais em um dia? Há dois fatores
para considerar aqui.
Primeiro, somente um número limitado de animais são
necessários, 0 propósito de desfilar esse séquito de
animais diante de Adão parece ter sido para
demonstrar a ele que o homem pertencia a uma ordem
de criação completamente diferente da do reino
animal e que nenhum deles jamais poderia servir como
um companheiro físico e psicológico para ele. Isto
obviamente elimina a maioria dos organismos da
terra: insetos, camundongos, lagartos e peixes que
nem mesmo se qualificam. Sendo que Deus selecionou
os animais neste caso, Ele provavelmente limitou o
número de candidatos àqueles que seriam mesmo
concebivelmente apropriados. 0 próprio texto os
limita a " todos os animais domésticos, às aves dos
céus, e a todos os animais selváticos" (Gênesis
2:20).
Segundo, Adão deve ter tido uma inteligência
extremamente alta. Pelo motivo de Adão ter sido
capaz de usar 100 por cento de seu cérebro perfeito,
ele provavelmente teve um QI de 1.500 ou melhor.
Além disso, Adão não precisou estudar o seu
vocabulário; Deus o programou para dentro do seu
cérebro no momento da sua criação, e ele foi criado
como uma pessoa plenamente funcional. É por isso que
Adão nomeou com a maior facilidade os animais que
foram trazidos diante dele.
O segundo problema é devido a uma má interpretação
do texto bíblico, onde diz em Gênesis 2:18 que "Não
é bom que o homem esteja
só". Estar só não é a mesma cousa que estar
solitário. A última requer algum tempo, a primeira
não.
A não ser que alguém esteja predisposto, por causa
de presunções externas (evolução), a achar defeitos
com a passagem, não há nada inerentemente irracional
sobre os eventos terem ocorrido em um dia normal de
24 horas, como indicado.
CONCLUSÃO
Muito poderia ser dito sobre os erros do modelo da
evolução e da superioridade científica do modelo da
criação, mas isto vai além da finalidade desta
dissertação. A ênfase aqui tem sido dada naquele que
professa ser cristão que está tentando ajuntar
desigualmente dois enredos (criação e evolução) e
que está usando uma metodologia contrária às
Escrituras (Teoria Dia-Era) para conseguir esse
matrimônio profano.
Eclesiastes 4:12 fala sobre um cordão de três dobras
que não se arrebenta facilmente. A Teoria Dia-Era,
de acordo com a evidência acima, não é permitida
pela Escritura, e por conseguinte é falsa. Elias
disse, "Até quando coxeareís entre dois
pensamentos..."
( I Reis 18:21 ). Cada um de nós precisa decidir
onde ele se encontra nesta questão vital.